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Editorial
Acabar com a madeira ilegal
Foi possível a todos constatar no passado dia 29 de Março, através dos órgãos de comunicação social, a forma violenta como os administradores da Vicaima receberam as preocupações da QUERCUS e da Greenpeace relativamente ao problema da exploração e comercialização ilegal de madeiras tropicais. Uma manifestação pacífica, legítima e comum em qualquer país democrático, foi recebida de forma irracional e violenta por alguns dos responsáveis da empresa. Este comportamento vergonhoso deixou bem claro que esta empresa, apesar da sua dimensão e implantação, desconhece os princípios da responsabilidade social e ambiental, a não ser para tentar construir uma imagem que não é a sua.

Pela reacção desta empresa é possível adivinhar a grande dificuldade que será conseguir a adopção de mecanismos para diminuir substancialmente a comercialização de madeiras provenientes de abates ilegais. Estamos a falar de um negócio que desvia largos milhões de euros dos países de origem para as empresas envolvidas, maximizando os lucros mas ao mesmo tempo destruindo as comunidades locais e acabando com o que resta das florestas tropicais.

Portugal, apesar da sua pequena dimensão, possui uma responsabilidade muito elevada nesta questão. É o quinto maior importador de madeiras da amazónia e o terceiro maior importador de madeiras na Europa, sendo também responsável pela absorção de madeiras provenientes das florestas tropicais Africanas. Sem dúvida razões mais do que suficientes para que Portugal, através do governo, empresas e cidadãos, se mobilize na adopção de procedimentos que constituam soluções para este problema mundial.

Numa altura em que se discute a nível Europeu a adopção de um plano de acção para combater esta forma insustentável de explorar as florestas mundiais, o não envolvimento de Portugal poderá ser muito negativo. A recente intervenção da QUERCUS e da Greenpeace, quer em Leixões quer na Vicaima, foi imprescindível para alertar a sociedade Portuguesa relativamente à importância e dimensão desta questão. Se estas duas associações deixassem esta questão passar à margem das agendas políticas e empresariais, os grandes responsáveis pelos destinos do nosso país ignoravam ainda a gravidade e importância de Portugal nesta questão.

O que se pede aos responsáveis deste país e das suas actividades económicas é relativamente simples face à dimensão e gravidade do problema. Para já queremos apenas que o governo apoie incondicionalmente o plano de acção para Aplicação da Legislação, Governação e Comércio no Sector Florestal (FLEGT), que está a ser desenvolvido pela União Europeia, e desenvolva e apoie mecanismos a nível nacional que garantam a legalidade dos produtos de madeira. Aos empresários pede-se que adoptem a certificação FSC (Conselho de Gestão Florestal), ou outra, para madeiras e produtos de madeira que garanta a sua obtenção a partir de florestas geridas segundo fortes critérios ambientais e sociais. Aos cidadãos, para que colaborem na preservação das florestas tropicais, pede-se que exijam, na aquisição destes produtos, a respectiva certificação ou optem por produtos nacionais.

Este é sem dúvida um dos grandes problemas mundiais que tem sido ignorado por Portugal mas no qual o país tem grandes responsabilidade. Um problema que precisa da atenção de todos.

Hélder Spínola
Presidente da Direcção Nacional da Quercus
QUERCUS Ambiente nº. 13 (Março/Abril de 2005)
 
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