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Suspeita de envenenamento de animais: raposas e cães encontrados mortos em Vila Pouca de Aguiar
Nos montes próximos à aldeia de Barrela de Jales, Freguesia de Vreia de Jales, em Vila Pouca de Aguiar, têm sido encontrados vários cadáveres de animais domésticos e silvestres possivelmente envenenados. Tudo começou no final do mês passado, quando um pastor local se encontrava a pastorear o seu rebanho de cabras e um dos cães do rebanho começou a entrar em convulsões, morrendo no local passadas algumas horas. Dias mais tarde, desapareceu outro dos cães e até hoje não foi encontrado.

Raposa alegadamente envenenada. Foto: J. Rodrigues
A GNR de Vila Pouca de Aguiar e o Veterinário Municipal foram chamados, e recolheram o cadáver, tendo-o levado para o Hospital Veterinário da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro para serem efectuadas todas as análises necessárias. Nos dias seguintes, o pastor voltou para o mesmo local com o rebanho, e deparou com mais vítimas, neste caso duas raposas que se encontravam num local próximo àquele onde tinha sido encontrado o cão. De imediato, os agentes do SEPNA/GNR de Vila Real foram contactados e durante a tarde de terça-feira de Carnaval, com o apoio de vários particulares e elementos de organizações ecologistas, bateram a pé toda a área envolvente em busca de mais cadáveres e indícios de crime.

Para além da recolha das raposas com suspeita de envenenamento, esta busca resultou na recolha de várias sardinhas que poderão ter sido utilizadas como isco envenenado e que se encontravam ao longo de um caminho de terra batida. Para Ricardo Brandão, médico veterinário presente no local e um dos coordenadores do Programa Antídoto – Portugal, “os indícios e elementos que foram registados, nomeadamente o tipo de iscos encontrados e a sua localização, apontam para mais um caso de controlo ilegal de predadores com iscos envenenados, uma prática comum nos meios rurais do nosso país, e que está a ameaçar gravemente várias espécies de animais silvestres de hábitos alimentares necrófagos”.

O local onde foram encontrados os cadáveres é próximo a uma zona de fronteira entre várias Zonas de Caça Associativas e Municipais, “normalmente pontos críticos de uso de venenos, segundo os estudos e dados de que dispomos de várias zonas do país”, adianta Ricardo Brandão, que no entanto avisa que “o uso de venenos não é uma prática exclusivamente relacionada com a actividade cinegética, e numa região como esta, a tentativa de eliminação do lobo ou de cães vadios que atacam o gado doméstico também podem ser outra das motivações, embora os tipos de iscos utilizados neste caso não sugiram uma situação desse tipo”.

Projecto de protecção dos rebanhos com raças autóctones de cães de gado

Uma das medidas para reduzir os conflitos entre as espécies silvestres e a pastorícia e assim diminuir as motivações que levam ao uso de métodos ilegais como os venenos, tem sido a aposta na melhor protecção dos rebanhos para diminuir a predação. Para isso o Grupo Lobo tem cedido vários cães de raças autóctones aos pastores da região, e foi precisamente um desses cães de gado, de raça Cão de Castro Laboreiro, que também foi envenenado neste caso.

Para Sílvia Ribeiro, Bióloga do Grupo Lobo e uma das responsáveis pela implementação do projecto, “a morte destes cães por envenenamento é um problema muito sério e que pode por em risco o projecto, que de uma forma geral, está a ter grande sucesso e boa aceitação por todos os pastores envolvidos”. Assim, “para além da elevada mortalidade de espécies silvestres que o uso de venenos provoca, não podemos esquecer a ameaça que representa para as boas medidas e projectos que estão a ser postos em prática e que constituem uma excelente resposta para a redução dos conflitos. Este caso é um perfeito exemplo de todas as vertentes do problema”, assegura Sílvia Ribeiro.

PROGRAMA ANTÍDOTO – PORTUGAL
10/02/2005
 
       
  Programa Antídoto
Portugal registou mais de uma dezena de casos de suspeita de envenenamento desde o início de 2005


Após o seu lançamento oficial em Março de 2004, o Programa Antídoto – Portugal, uma plataforma de luta contra o uso ilegal de venenos formada por diversas organizações e instituições públicas e privadas portuguesas, tem registado todos os casos de suspeitas de envenenamento de fauna que são comunicados e denunciados.

Após o estudo retrospectivo e reunião de dados sobre mais de 200 casos de envenenamento e cerca de 800 animais mortos por envenenamento nos últimos 12 anos, a grande preocupação actual das entidades envolvidas “é alertar para a importância da denúncia de todos os casos, pois só assim se conhecerá verdadeiramente a dimensão do problema.

Os dados do passado são apenas uma pequena amostra do que terá acontecido na realidade, e só para termos uma ideia, desde o início de 2005 são conhecidos mais de 10 casos que causaram a morte a mais de 30 animais de espécies domésticas e silvestres, o que obriga a lançar um alerta para este problema, que só se resolverá com a mobilização de todos os cidadãos contra esta prática, e o passo inicial para isso é a denúncia”, afirma Ricardo Brandão.
 
       
 
       
  Foto-denúncia: «Raposas e cães encontrados mortos em Vila Pouca de Aguiar»

Eco-ideias: "O que fazer perante casos de possível envenenamento de fauna?"

Para saber mais: http://antidotoportugal.no.sapo.pt
 
       
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